Apesar de localizado na região metropolitana do Rio de Janeiro, e ter grande parte de seus egressos atuando nestas proximidades, o Curso de Graduação em Engenharia Mecânica busca formar engenheiros para atender às demandas regional e nacional de maneira geral, bem como de outros países, haja vista a existência de egressos empregados em outras nações. Vale ressaltar que o Curso busca formar engenheiros não só capazes de atender às demandas do mercado de trabalho e academia, mas que, principalmente, atendam às necessidades da sociedade de uma maneira geral, contribuindo inclusive para a elaboração de políticas que beneficiem o país em nível social, econômico e ambiental.

Portanto, o perfil do profissional almejado pelo TGM está capacitado a atuar em qualquer empresa dos setores industrial, de serviços, de projetos e de consultoria, fábricas montadoras, podendo ainda atuar no desenvolvimento de pesquisa e na docência de nível superior. Durante o Curso, a partir do estímulo de uma cultura empreendedora, os alunos são encorajados a desenvolver seus próprios empreendimentos, ocupando seu espaço no mercado de trabalho.

A inserção política do curso é notável fora da Universidade. Diversos docentes diretamente ligados ao Curso, através do Departamento de Engenharia Mecânica, fazem ou fizeram parte de comitês de agências de fomento nacionais e de diretorias de associações científicas nacionais, como o CNPq, CAPES e a ABCM. Além disso, o Curso se insere na discussão pública em atividades para divulgação científica, com a função de informar, em linguagem acessível e utilizando diversos recursos visuais e didáticos, diferentes setores da sociedade. Isso torna a compreensão da ciência pela sociedade uma ferramenta de defesa do próprio cidadão, detentor agora de um senso crítico e de conhecimento da ciência brasileira.

No quesito inserção social, o curso de Engenharia Mecânica se articula em diferentes projetos de extensão de forma a assegurar a qualidade dos profissionais graduados, ao mesmo tempo, auxiliando-os para a inserção na sociedade a nível cultural, cívico, administrativo e inclusivo. Desde o primeiro semestre, na disciplina “Introdução à Engenharia Mecânica”, é incentivada a participação discente em projetos de cunho social, que incluem atendimento aos mais necessitados ou de ajuda às crianças e adolescentes em condição de vulnerabilidade. O curso também conta com programas como o PETMEC (Programa de Educação Tutorial), contemplando diversas atividades dialógicas com a sociedade, principalmente na disseminação do conhecimento científico para alunos do ensino básico através de projetos de colaboração com a Prefeitura do município de Niterói, onde a Escola de Engenharia se encontra.

A Universidade Federal Fluminense (UFF) foi criada pela lei n° 3.848 de 18/12/1960 pela fusão de 5 faculdades isoladas de ensino superior de Niterói, então capital do Estado do Rio de Janeiro. Inicialmente chamada de Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UFERJ), à ela foi agregada a Escola Fluminense de Engenharia, junto com outras quatro escolas, pela lei no 3.958, de 13/09/1961. Em 5 de novembro de 1965 por meio da Lei no 4.831, a antiga UFERJ passou a se denominar Universidade Federal Fluminense (UFF).

O Curso de Graduação em Engenharia Mecânica, junto com os Cursos de Engenharia Civil, Elétrica, e de Telecomunicações, é um dos mais antigos da Escola de Engenharia. Ele foi criado em 31/12/1952, sendo assim, anterior à criação da Escola de Engenharia e da própria UFF.

Ao longo dos anos, o perfil do Curso de Graduação em Engenharia Mecânica da UFF foi se alterando gradualmente, muito em função da evolução da pesquisa e da pós-graduação na universidade, e da consequente renovação do perfil dos docentes do Departamento de Engenharia Mecânica (TEM), responsável pela maioria de disciplinas ofertadas para o Curso. Do início do Curso até o final dos anos 1980, os docentes do TEM eram em grande parte horistas (professores 20 horas), muitos dos quais ministravam disciplinas em outras Instituições de Ensino Superior (IES). Os docentes com Dedicação Exclusiva eram engenheiros, na sua grande maioria sem doutorado, e sem atuação em pesquisa ou pós-graduação. Nesta época, o Curso de Graduação em Engenharia Mecânica da UFF formava bons engenheiros mecânicos, porém com perfil mais técnico, limitado a profissionais voltados para a indústria metal-mecânica, com clara ênfase em processos mecânicos e metalúrgicos de fabricação, assim como em operação e manutenção de máquinas e equipamentos industriais em geral.

Com o desenvolvimento da pesquisa e pós-graduação em engenharia no Brasil, ocorre uma mudança de mentalidade e do perfil dos engenheiros que atuavam nas universidades brasileiras, os quais passam a elevar seu nível de formação através de cursos de mestrado e doutorado, o que é acompanhado por um maior envolvimento em pesquisa. Na Engenharia Mecânica da UFF, este movimento teve início no final dos anos 1980 e, já em 1995, a UFF formou seu primeiro Curso de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica (PGMEC). A criação do PGMEC contribuiu ainda mais para esta mudança de perfil do corpo docente, e, já nesta época, o Departamento de Engenharia Mecânica assumia uma posição de destaque na Escola de Engenharia, sendo o departamento com o maior número de docentes doutores. Nos anos seguintes, o número de docentes doutores continuou a aumentar, assim como a participação do TEM em pesquisa, seguindo a tendência nacional de evolução, em busca da excelência e de inserção no cenário internacional. Esta evolução do corpo docente naturalmente impactou o Curso de Graduação, primeiramente aumentando o espectro de áreas de formação oferecidas dentro da Engenharia Mecânica, formando um perfil cada vez mais equilibrado e completo de egresso, capaz de atuar nas diversas áreas ligadas à Engenharia Mecânica. Vale lembrar que a evolução observada nos anos 1980 e 1990 foi também acompanhada de uma revolução nos sistemas computacionais, os quais eram praticamente inexistentes em cursos de engenharia de outrora. As inovações supracitadas motivaram o início de uma nova mudança de paradigma. De fato, a partir dos anos 1990, o Curso de Graduação Engenharia Mecânica passou, gradualmente, a formar profissionais capazes de atuar na pesquisa científica e desenvolvimento tecnológico, além das atividades técnicas em indústrias. Em particular, essa mudança de paradigma permitiu a formação de engenheiros mais aptos a ingressarem em cursos de pós-graduação, podendo estes, por sua vez, após a conclusão dos estudos, vir a atuar como docentes e contribuir para a formação de novos engenheiros.